Ainda não iniciou a coleta seletiva por falta de caminhões

                                                                                                                                    Lages, 25/10/2011,  

Correio Lageano

                                                                                                                                por Francielli Campiolo

 A menos de uma semana para o fim de outubro e a coleta seletiva em Lages não começou, como previsto pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O novo barracão no bairro São Miguel ainda não está funcionando porque os dois caminhões apropriados não chegaram.

 O trabalho da Cooperativa Lageana de Reciclagem, Serviços e Coleta de Materiais (Coopercicla), no Aterro Sanitário, acabou no dia 30 de setembro e os cooperados passaram a trabalhar no barracão do bairro Caça e Tiro, mas a demanda de material é inferior ao número de pessoas.

 Existe um convênio entre a prefeitura e a Coopercicla para os cooperados trabalharem no novo local. Enquanto o barracão não for liberado, 28 cooperados trabalham no Caça e Tiro no espaço onde suporta menos de 20. “Nós fechamos a primeira quinzena e o período de adaptação é mais complicado”, explica a coordenadora da Coopercicla, Luciana Capistrano.

 Está sendo feito mais um roteiro a noite com a única caminhonete da cooperativa para ter material suficiente para o tanto de pessoal que tem agora. Os bairros Guarujá, Coral e centro são percorridos à noite. À tarde, o Petrópolis, Penha, São Miguel, Vila Marisa, Loteamento Cepar, Tributo e São Luis fazem parte do trajeto.

 Capistrano diz que conversou com o secretário do Meio Ambiente, Luiz Marin, na última quarta-feira (19), que afirmou que “está tudo pronto e falta apenas chegar as caminhonetes. Ele diz que é para o final do mês, estamos chegando no final do mês”, ressalta a coordenadora.

 O Correio Lageano foi até o barracão e não havia funcionários da empresa contratada dando continuidade ao que ainda falta. Havia um funcionário que foi buscar ferramentas de trabalho para o pessoal. Segundo o funcionário, há mais de uma semana os trabalhadores foram para outra obra.

 Em um dos banheiros o forro de PVC começou a ser colocado, mas não terminaram porque entrou água da chuva no local. O outro banheiro continua sem forro. Para finalizar, é preciso pintar as portas e os tijolinhos à vista que estão esbranquiçados.

 “Depende da chegada dos caminhões. Acredito que até o final desta semana, eles cheguem. Não depende da gente”, afirma Marin. Segundo ele, a demora é porque foi preciso fazer a carroceria apropriada para as atividades.

 “O barracão pode funcionar hoje, se quiser. O forro em meia hora se coloca. Não chove lá dentro porque tem mais de um metro de aba”, explica o secretário.

Projeto de conscientização

 Em agosto de 2010, foram realizadas ações sociais de conscientização ambiental. O projeto “Resíduos Sólidos Urbanos” foi desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente em parceria com as Secretarias de Saúde, Assistência Social, Educação e de Planejamento. A iniciativa social foi necessária para receber os recursos do Ministério das Cidades, através da Caixa Econômica Federal para a construção do barracão.

 O processo de conscientização teve início no São Miguel. “O pessoal ainda está relaxado, tem que conscientizar mais. Vieram só aquela vez. Eu separo, vendo ou alguém passa e pede”, diz a moradora Zenilda Silva.

 O comerciante Anderson Silva diz que separa porque os catadores pedem. “Deixar o lixo guardado é complicado. Eu ajudo eles e eles me ajudam também. Levam mais papelão e vidro”, conta.

 De acordo com Silva, a Coopercicla passa no bairro, mas demora. “Se passassem mais, as pessoas separariam mais. Acho que falta uma força. Alguns que leem se conscientizam”, completa.

 Senir Farias diz que só separa lata e garrafas PET. “Eu vejo vizinhos colocando lixo perto do banhado”, afirma.

Foto: Francielli Campiolo